Basta uma visita rápida à perfumaria, farmácia ou supermercado para perceber que grande parte dos fabricantes de cosméticos rotula os produtos como sendo “hipoalergénicos”.
Uma reação alérgica começa por um primeiro reconhecimento de determinada substância como sendo prejudicial para o organismo, ainda que na verdade seja inofensiva, seguindo-se uma reação inflamatória de cada vez que a pessoa se expõe a essa mesma substância.
São reações muito individuais e podem ocorrer para substâncias muito diferentes, dependendo da pessoa em questão. E embora haja determinados ingredientes que provocam alergias com mais frequência no caso dos cosméticos, por vezes podem manifestar-se reações a ingredientes que raramente são alergénicos, ou até mesmo em pessoas que não tenham alergias conhecidas nem possuam uma pele particularmente sensível.
Nem na Europa nem nos EUA há qualquer orientação por parte das agências reguladoras de produtos cosméticos (Comissão Europeia e FDA, respetivamente) no sentido de definir parâmetros a ter em conta em relação à composição de produtos “hipoalergénicos”. E se pensarmos no que são as alergias, na verdade a própria alegação tem pouca fundamentação possível…
Durante os primeiros anos da produção e venda de cosméticos em grande escala foram usados ingredientes frequentemente mal tolerados quer pela pele, quer pelo sistema imunitário dos consumidores. Atualmente, a maioria desses ingredientes são já conhecidos, e muitos deles foram entretanto banidos ou viram as suas concentrações máximas limitadas. Por outro lado, e se pensarmos na grande individualidade e diversidade das reações alérgicas, é fácil de perceber o quão difícil é garantir que determinado produto não é capaz de as provocar.
Hoje em dia, e após muitos anos de experiência e conhecimento acerca de grande parte dos ingredientes, é possível prever se um produto será bem tolerado pela maioria dos consumidores.
No entanto, pode verificar na lista de ingredientes dos seus produtos que grande parte daqueles que são “hipoalergénicos” contêm os ingredientes acima mencionados, e nos casos em que são necessários para que o produto funcione e seja seguro ainda bem que assim é.
Mas até nestes casos, e quando conhecida a substância que causa a alergia, é possível evitar os produtos que a contêm através da simples leitura do rótulo. Dos 4 tipos de ingredientes acima mencionados, todos são discriminados na lista de ingredientes, à exceção das fragrâncias, que por serem constituídas por um grande número de substâncias são apenas referidas como “Fragrance”. No entanto, conhecem-se 26 substâncias incorporadas em fragrâncias que têm um maior potencial alergénico, e quando presentes são também elas obrigatoriamente listadas (lista completa aqui).

- Se não conhece nenhuma alergia específica a qualquer ingrediente cosmético poderá optar por este tipo de produto como medida de precaução, tendo em mente que embora a probabilidade possa ser mais baixa, pode mesmo assim desenvolver uma reação alérgica, tendo em conta as limitações acima explicadas.
- Se conhece o/s ingrediente/s que lhe causam alergia deverá sempre verificar se este está incluído na lista de ingredientes, ainda que o produto seja “hipoalergénico“
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