Imagem de More Magazine December January 2013
Fui desafiada pela Marta Teixeira, do blog Miss Curly, a escrever uma publicação conjunta acerca destes temas; e confesso que o convite não podia ter chegado em melhor altura!
Para quem ainda não conhece, o Método Curly Girl e o Cronograma Capilar são duas metodologias diferentes, e que se debruçam sobre o cuidado dos cabelos. Têm-se tornado muito populares graças às redes sociais, mas também devido à frustração que muitas pessoas sentem relativamente ao seu cabelo após a utilização das mais diversas marcas e produtos capilares, desde as de supermercado às de farmácia e cabeleireiro.

Parte 2 | Parte 3| Parte 4

Apesar de a ciência ainda não se ter debruçado sobre nenhum destes métodos, a verdade é que muitos dos seus seguidores relatam grandes resultados! Mas isto não quer dizer que todos os pressupostos de cada um dos métodos estejam corretos. Nem tão pouco quer dizer que estes métodos resultam para toda a gente! Caso contrário, não haveria relatos de pessoas que sentem a necessidade de fazer pequenas modificações na metodologia inicial, por forma a obter resultados mais satisfatórios.
Assim, nesta publicação vamos analisar os fundamentos do Método Curly Girl e do Cronograma Capilar, um por um, e avaliar aquilo que faz sentido à luz da ciência, o que não tem fundamento, ou as questões para as quais simplesmente não temos uma resposta.
Este texto não tem o objetivo de denegrir nenhum dos métodos, e muito menos os seus praticantes. Sentimos a necessidade de explorar estes temas já que ambas as metodologias são complexas, requerem conhecimento que a maioria dos consumidores não tem, podem exigir um grande investimento de tempo e dinheiro; e muitas vezes estes fatores geram frustração em quem os pratica. Nesse sentido, achamos importante esclarecer todas as pessoas que praticam este métodos ou que neles possam estar interessadas, para que tenham à sua disposição as ferramentas necessárias para fazer escolhas informadas, e criar assim o método que mais se adapta ao seu cabelo e estilo de vida.
Por forma a compreender as observações apontadas a cada um dos métodos, bem como as funções de cada um dos ingredientes mencionados; precisamos de conhecer primeiro a constituição do cabelo, bem como os ingredientes usados nos produtos capilares.

Cabelo
(1, 2)
 
Cada cabelo é composto por duas estruturas: o folículo, que se encontra no interior do couro cabeludo, e a haste capilar, à qual damos o nome de cabelo. Os produtos cosméticos podem limpar o couro cabeludo, mas não serão capazes de atuar significativamente sobre o folículo. Assim, o racional para o desenvolvimento de produtos capilares foca-se essencialmente nas necessidades do couro cabeludo e da haste.
A estrutura dos cabelos - Portal MommysA haste capilar é constituída essencialmente por uma proteína, a queratina, que compõe 65 a 95% da sua estrutura. Por isso, ao contrário da pele, a haste capilar não contém células vivas, e não é capaz de reparar os danos sobre ela acumulados.
Mas a haste capilar não é uniforme! Esta divide-se em cutícula, mais externa, córtex e medula, mais interna. Os produtos capilares atuam maioritariamente sobre a cutícula, formada por “escamas”, e que pode possuir 7 a 10 camadas.
À medida que o cabelo cresce, e é exposto a lavagens, penteados, calor, ou procedimentos mais danosos (coloração e alisamento por exemplo), as escamas da cutícula ficam danificadas, quebram e são mesmo eliminadas, expondo assim o córtex capilar. Como resultado, o cabelo torna-se mais seco, frisado, baço, e tende a ganhar também eletricidade estática. Quando o córtex está exposto, este pode quebrar formando as pontas espigadas:
Para proteger a haste capilar destes efeitos, o nosso couro cabeludo produz gordura (lípidos) que a revestem, tornando-a mais macia, brilhante e resistente à fricção que se gera entre cabelos ou até durante o penteado. E se nos cabelos lisos estes lípidos conseguem facilmente atingir a maior parte do comprimento do cabelo, nos cabelos ondulados e encaracolados estes lípidos “escorrem” com menos facilidade. Por isso, estes cabelos tende a ser mais secos e suscetíveis ao dano.
A haste capilar possui uma pequena concentração de água, e por isso não é possível determinar o seu valor de pH. No entanto, e por ser maioritariamente constituída por proteínas, esta tem um ponto isoelétrico. Na prática, isto significa que se o cabelo estiver mergulhado numa mistura de pH igual ao do seu ponto isoelétrico (cerca de 3.,4-3,9), o balanço das suas cargas é neutro, e estas anulam-se. A um pH mais ácido do que o ponto isoelético o cabelo apresenta carga maioritariamente positiva, e a  um pH mais alcalino apresenta uma carga negativa. Nos cabelos danificados, o ponto isoelético pode atingir os 2,7; visto que as cargas negativas são conferidas pelas escamas da cutícula danificadas.
Como funcionam os produtos para o cabelo? (2, 3)
Antes de falar de produtos, é importante conhecer os ingredientes que os compõem:

  • Tensioativos (surfactants)

São moléculas solúveis simultaneamente em água e em óleo. Têm assim a capacidade de atrair a sujidade, formar micelas e outras estruturas; mas também de se ligar a materiais específicos, como é exemplo a queratina.

Podem dividir-se em 4 tipos:
 
Aniónicos, com carga negativa.

Têm uma elevada capacidade para formar micelas e eliminar resíduos. De tal forma que raramente os encontramos sozinhos, sendo combinados com alguns dos tensioativos que se seguem. O sodium lauryl sulphate (SLS) é o mais famoso, e também o mais poderoso. Fazem parte também desta categoria o sodium laureth sulphate (SLES), o sodium C14-16 olefin sulfonate e o disodium lauryl sulfosuccinate.

 
Catiónicos, com carga positiva.
Proporcionam uma lavagem suave, mas são usados sobretudo pela sua ação condicionadora. Isto é possível porque a carga positiva permite a adesão destes compostos à cutícula do cabelo, negativamente carregada. Também por este motivo, os tensioativos catiónicos são capazes de se acumular no cabelo. São exemplos o Cetrimonium chlorideBehentrimonium chlorideGuar Hydroxypropyltrimonium Chloride, vários polímeros Polyquaternium ou Stearamidopropyl dimethylamine.
 
Anfotéricos, com carga positiva e negativa.
Sendo que esta carga pode alterar-se em função do pH do produto final. Estes tensioativos proprocionam uma limpeza maus suave, e ajudam a modificar a viscosidade do produto. São exemplos a Cocamidopropyl betaine (que se comporta como anfotérico mas na verdade é catiónico nas gamas de pH a que se encontram os produtos), Sodium cocoamphoacetate, Disodium cocoamphodiacetateSodium cocoamphopropionateDisodium cocoamphodipropionate.
 
Não iónicos, sem carga mas com extremidades polares. 
São pouco eficazes para limpar, mas ajudam a modificar as características da espuma e viscosidade do produto, bem como a solubilizar outros ingredientes. São exemplos a Cocamide MEA/DEASteareth-2 ou Decyl glucoside.
 

  • Humectantes
Como a glicerina, o propilenoglicol ou os açúcares, mais comuns em máscaras e condicionadores, mas também presentes em alguns champôs. Os humectantes têm uma elevada capacidade para atrair água e retê-la nas suas imediações, e por isso serão úteis para a hidratação da pele. Embora o cabelo contenha pouca água, esta é necessária para lhe conferir maleabilidade, pelo que estes ingredientes poderiam ser muito interessantes também para o cabelo. No entanto, os humectantes são tão solúveis em água que grande parte daqueles que se encontram numa formulação enxaguada serão eliminados durante o enxaguamento. Isto pode aplicar-se de igual forma a muitos extratos vegetais contidos nestes produtos.

  • Emolientes e oclusivos

São capazes de envolver e lubrificar o cabelo durante a lavagem, sendo eliminados em grande parte após o enxaguamento. Para esta finalidade podem ser usadas substâncias ou misturas de substâncias insolúveis em água, e que podem ser de origem vegetal, mineral ou sintética:

 
Derivados do petróleo
File:Vaseline - TWCMS-G12142 (16692709641).jpg - Wikimedia CommonsEstes ingredientes começaram por ser utilizados em cabelos muito encaracolados, já que são muito eficazes na lubrificação da haste capilar, proteção, aumento do brilho e manutenção do penteado. Atualmente, ainda podemos encontrar o petrolatum e o mineral oil em condicionadores, máscaras capilares e produtos para pentear. Estes ingredientes têm a vantagem de não rançar como os óleos vegetais, o que permite melhorar a estabilidade dos produtos nos quais se encontram. No entanto, e ao contrário daquilo que acontecia no século passado, estes os produtos cosméticos capilares já não contêm apenas estes ingredientes, mas sim uma mistura de água com derivados do petróleo, tensioativos, entre muitos outros. Isto faz com que a maioria dos produtos que se encontram no mercado sejam facilmente removidos durante a lavagem.
 
Álcoois gordos
Yellow Beeswax Pellets Highest Quality BP/FCC Grade, for ...

Proporcionam lubrificação deixando o cabelo com um toque não oleoso. São exemplos o cetyl alcohol e cetearyl alcohol (mistura de álcool cetílico com álcool esteárico).

Ceras
São sólidas à temperatura ambiente, sendo usadas para aumentar a viscosidade do produto e formar um filme capaz de repelir a água nas superfícies da pele e do cabelo. Podem deixar uma sensação pegajosa, pelo que são ustilizadas em concentrações reduzidas. Nos produtos capilares encontramos ceras derivadas do petróleo, como a microcrystalline wax ou vegetais, como a candellila wax.
 
Óleos e manteigas vegetais
Comedogenic Rating of Carrier Oils and Butters - EverPhi

São muito usados em produtos condicionadores, máscaras e produtos para penteado, mas também em alguns champôs, com o objetivo de lubrificar, proteger e dar brilho ao cabelo. Os mais famosos serão a Butyrospermum parkii butter, Prunus amygdalus dulcis seed oil, Helianthus annus seed oil, Cocus nucifera oil ou Olea europaea seed oil. Tal como os derivados do petróleo, também estes óleos são insolúveis em água e por isso deixam resíduo no cabelo a menos que sejam usados em produtos contendo outros ingredientes. Alguns destes óleos são pouco resistentes à oxidação, e por isso rançam com facilidade.

 
Silicones
Solutions for the semiconductor and power electronics industriesA pele que habito: Silicones
Não existem 2, 3 ou 10 silicones. Existem centenas ou até milhares de ingredientes dentro desta família, e que podem ser líquidos ou sólidos, solúveis ou insolúveis em água e mais ou menos capazes de aderir ao cabelo. Alguns destes materiais têm propriedades únicas, razão pela qual permanecem insubstituíveis até hoje. Nos produtos capilares, e do ponto de vista do consumidor, são geralmente divididos em solúveis e insolúveis. São solúveis os silicones ligados a cadeias de PEG ou PPG,com ação detergente e condicionadora, mas também o amodimethicone bis-aminopropyl dimethicone. Apesar disso, e por terem uma grande afinidade para o cabelo, alguns destes silicones podem deixar resíduo se forem usados em abundância, ou se o cabelo não for lavado com produtos eficazes. Já os silicones fluídos, dos quais o dimethicone é o principal exemplo, são insolúveis em água e em óleo, pelo que tendem a depositar-se sobre o cabelo após o enxaguamento. Existem também silicones que evaporam facilmente, como o cyclomethicone, usado em produtos para pentear e para o cuidado das pontas espigadas, já que não deixa qualquer resíduo após a massagem.
 
  • Proteínas
Keratin - The Skincare Chemist
Queratina
Podem ser usadas proteínas vegetais, provenientes do trigo ou arroz, bem como proteínas animais obtidas por biotecnologia, como a seda, queratina, colagénio ou elastina. Estes ingredientes são muitas vezes usados com o objetivo de reparar o dano da cutícula capilar. Mas na verdade esse efeito é questionável quando observamos a composição de um produto, seja porque algumas das proteínas usadas (inclusivamente as hidrolisadas) possuem dimensões demasiado grandes para penetrar a cutícula, ou porque a capacidade de estas se ligarem superficialmente à queratina danificada não é tão forte como aquela que possuem os tensioativos catiónicos ou silicones modificados. E se a estas dúvidas juntarmos o efeito do enxaguamento, que pode dissolver e pode arrastar estes ativos, a sua eficácia para a reconstrução capilar torna-se ainda mais difícil de avaliar. No entanto, sabe-se que algumas destas proteínas são capazes de penetrar a cutícula capilar e reduzir o dano do cabelo, bem como formar uma película à superfície do cabelo que lhe confere mais resistência. Infelizmente, não é possível perceber qual o efeito das proteínas que encontramos nos produtos que adquirimos através da análise da lista de ingredientes.
 
Uses for Hairspray | ThriftyFun

  • Polímeros filmogénios
Estes ingredientes são capazes de formar uma película sobre os cabelos, fixando assim o penteado, ao mesmo tempo que o protegem. São comuns o VP/VA Copolymer, VA/Crotonates Copolymer ou Acrylates/T-Butylacrylamide Copolymer. Alguns polímeros têm também a capacidade de se repelir uns aos outros, e por isso podem ajudar a afastar os cabelos, criando mais volume em toda a cabeleira.
 

  • Modificadores de viscosidade

Estes ingredientes permitem controlar a viscosidade do produto, para que este não escorra pelas mãos durante a aplicação. Nos champôs, o modificador de viscosidade mais comum é o sodium chloride, o famoso sal, devido à forma como este interage com alguns tensioativos. Nas próximas publicações, vamos ouvir falar muito nele! Para esta finalidade são usados também magnesium chloride, xanthan gum, PEG-7 Glyceryl Cocoate e PEG-200 Hydrogenated Glyceryl Palmate.

  • Conservantes
São essenciais em praticamente todos os produtos que contêm água, caso contrário estes poderiam ser contaminados com microrganismos. Em alguns produtos podemos encontrar parabenos, que são perfeitamente seguros e por isso são permitidos em todos os produtos cosméticos, e em intervalos de concentrações controlados. Nos produtos enxaguados podemos encontrar as methylchloroisothiazolinone e methylisothiazolinone, que não proibidas nos produtos não enxaguados por terem uma elevadas probabilidade de causar alergias. Noutros produtos encontramos ainda o Phenoxyethanol, Potassium Sorbate ou Benzoic Acid.
 
  • Modificadores do pH
Neste caso podem ser usados ácidos, como o citric acid, ou bases, das quais o sodium hydroxide é a mais usada. Outro ingrediente do qual falaremos em maior detalhe!
 
  • Fragrâncias/corantes
Best Aromatherapy Essential Oil Brands and Benefits of Their ...Estes ingredientes têm como objetivo melhorar as características sensoriais destes produtos. São usados geralmente em concentrações iguais ou inferiores a 1%. Está demonstrado que produtos mais agradáveis vendem mais, porque são usados com mais prazer e frequência. Os corantes que se podem usar em produtos cosméticos estão escrupulosamente restritos àqueles que se encontram na legislação dos produtos cosméticos (Regulamento (CE) nº1223/2009). Já as fragrâncias podem conter muitas substâncias, sendo que os ingredientes que mais frequentemente provocam alergias se encontram listados de forma discriminada na lista de ingredientes, para que os consumidores alérgicos os possam identificar.
O que contêm cada um dos produtos?
  •  Champô
Amino Acid Shampoo – Shampoo with Coconut Oil and Amino Acids ...Qualquer champô tem como objetivos eliminar resíduos do couro cabeludo e cabelos mais próximos, sejam eles solúveis em água ou não. Os resíduos solúveis em água são facilmente removidos com o movimento da água durante a lavagem. Já os resíduos insolúveis são maioritariamente envolvidos em micelas formadas pelos tensioativos.
Também é importante reforçar que o simples ato de molhar o cabelo, independentemente do produto usado, provoca dilatação na fibra capilar, o que eleva a cutícula do cabelo. É por este motivo que a coloração capilar tende a desvanecer com as lavagens, principalmente os tons avermelhados que são constituídos por pigmentos mais pequenos.
 
Champô tradicional
Neste tipo de produto encontramos geralmente um tensioativo aniónico, numa concentração mais elevada, associado a tensioativos anfotéricos e não iónicos. A formulação pode ou não conter ainda silicones, tensioativos catiónicos (nem todos são compatíveis), humectantes, ativos vegetais ou óleos. Estes produtos tendem a proporcionar uma lavagem muito eficaz, mas poderão também deixar resíduo no cabelo dependendo dos outros ingredientes que se encontram na formulação.
Champô sem sulfatos
Estes champôs contêm também uma elevada concentração de tensioativos aniónicos, que não são da classe dos sulfatos, e por este motivo são muitas vezes comercializados com o intuito de serem menos “agressivos”. Contudo, é possível que os tensioativos da formulação estejam presentes a concentrações mais elevadas do que nos champôs tradicionais, contendo sulfatos, por forma a conseguir igual a sua eficácia detergente. Isto acontece porque os champôs tradicionais são mais eficazes, e a maioria dos consumidores gosta deste tipo de produto. Em todo o caso, os champôs sem sulfatos indicados para couro cabeludo sensível ou cabelo danificado deverão ter uma ação detergente mais suave.
 
Co-wash
Nestes produtos, que fazem pouca ou nenhuma espuma, usam-se tensioativos catiónicos combinados com emolientes, que proporcionam a estes produtos uma ação lavante muito suave. Por este motivo, é necessário usar mais produto do que num champô, e massajar muito bem o couro cabeludo quer durante a lavagem, quer durante enxaguamento. É natural que este tipo de produto não seja suficiente para lavar um couro cabeludo e cabelos mais próximos quando este é oleoso, ou no caso de serem utilizados proutos de styling.

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  •  Condicionador
Estes produtos têm como função facilitar o ato de pentear o cabelo, através da lubrificação da sua haste, mas também reduzir o frizz, aumentar o brilho e proteger o cabelo de danos futuros. Esta ação é realizada através da deposição de ingredientes emolientes e oclusivos, proteínas (se possível), mas também através da ligação de ingredientes condicionadorees (tensioativos catiónicos por exemplo) à superfície do cabelo. Em qualquer um dos casos, é mais provável que estes ingredientes se depositem à superfície do cabelo ao invés de penetrarem a haste capilar, já que se tratam em grande parte de moléculas com grandes dimensões.

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  • Máscara
Em termos de composição, as máscaras capilares podem conter mais emolientes e oclusivos do que os condicionadores da mesma gama, mais tensioativos catiónicos, ingredientes extra, ou simplesmente possuir uma viscosidade mais elevada; sem que tenham uma ação condicionadora superior. Por vezes, pode ser possível percecionar isto através da análise da composição do produto, mas nem sempre é o caso. Destinam-se a ser usadas 1 a 2 vezes por semana, e dependendo dependendo da formulação podem deixar mais resíduo no cabelo.

  • Creme para pentear
Em termos de composição, estes produtos são aparentemente semelhantes às máscaras e condicionadores. No caso dos cremes para pentear, que não são enxaguados, a concentração de ingredientes que pode deixar resíduo sobre o cabelo será um pouco mais reduzida. Estes produtos podem conter também alguns polímeros filmogénios, com o objetivo de fixar o penteado após a secagem.

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  • Sérum e óleo de pontas
Estas formulações são muitas vezes publicitadas como contendo “óleo de argão” ou outros ingredientes naturais. Mas na verdade, a sua composição tende a ser dominada por silicones e outros óleos mais económicos. Com apenas uma pequena quantidade, estes ingredientes permitem camuflar as pontas espigadas de forma imediata, sem deixar qualquer resíduo no cabelo.

  • Gel
Estas formulação contêm uma elevada concentração de água, um ou mais agentes gelificantes, e podem conter ainda filmogénios, proteínas ou outros ingredientes destinados a hidratar o cabelo, fixar o penteado, ou dar brilho. O álcool etílico ou solventes orgânicos podem ser usados para dissolver polímeros e outros ingredientes.

  • Mousses e fixadores
Têm uma função semelhante à do gel, mas tendem a deixar menos resíduo no cabelo. São produtos líquidos, e que permanecem dessa forma; ou formam uma espuma após a sua saída através dispersor. Contêm filmogénios, proteínas, mas também condicionadores e ingredientes destinados a hidratar o cabelo. Também aqui o álcool etílico ou solventes orgânicos podem ser usados para dissolver polímeros e outros ingredientes.
Com este conhecimento, será mais fácil compreender cada um dos métodos.

Referências
 
1. Schueller, R. Romanowski, P. Beginning Cosmetic Chemistry 3rd Edition, 2009.
2. Robbins CR. Chemical and Physical Behavior of Human Hair 5th edition. Springer, 2012.
3. Rosen MR. Harry Cosmeticology 9th edition vol.2. Company CP,  2015.

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