Tal como a pele, também o cabelo precisa de revestimento para manter a sua resistência e aspeto saudável.  O couro cabeludo é responsável por produzir o sebo, que entre outras funções promove a proteção da haste capilar. Mas nem sempre esta secreção chega a toda a sua extensão haste… Por outro lado, a cutícula que constitui a camada mais externa da haste protege os filamentos da medula e pode perder-se ao longo do tempo, e sobretudo quando o cabelo é sujeito a colorações e tratamentos de modelação.

Um cabelo seco danifica-se mais facilmente, podendo perder o seu brilho e tornar-se áspero, difícil de desembaraçar ou até quebradiço. Embora as causas possam ser várias, e nem sempre controláveis há determinados hábitos que podem secar o cabelo, e outros que podem melhorar o sua proteção, e dessa forma conferir-lhe mais resistência e uma melhor aparência.


Causas

  • Menor produção de sebo
Pode dever-se a diversas patologias, ao envelhecimento ou simplesmente a características pessoais. Em todo o caso, a produção de sebo é normalmente mais reduzida na mulher do que no homem.

Além disso, é mais comum que uma mulher tenha cabelo comprido, que necessita de revestimento ao longo de um comprimento maior, e havendo menos sebo disponível para manter a hidratação o cabelo tornar-se-à mais seco.

  • Carências alimentares
Felizmente, hoje em dia é raro que se encontrem este tipo de carências, graças à grande diversidade e abundância de alimentos que temos à nossa disposição. No entanto elas poderão existir, quando alimentação não é a mais cuidada, e isso reflete-se também na saúde capilar.
Algumas carências estão mais associadas ao prejuízo da saúde capilar, entre elas as deficiências em vitaminas D e E, bem como em minerais como o cobre, ferro, zinco, magnésio ou selénio. Este tipo de carências são mais frequentes em quadros de anorexia, anemia por deficiência de ferro ou em dietas restritivas e vegetarianas pouco planeadas.
  • Cabelo ondulado a encaracolado
Nestes cabelos o sebo tem maior dificuldade em circular e atingir as pontas (imagem abaixo). Assim, essas zonas de cabelo mais distantes da cabeça ficam mais desprotegidas, e com o passar do tempo, a exposição solar ou até as secagens e modelações, a cutícula vai-se danificando.

Simulação da circulação do sebo por um cabelo liso, ondulado ou encaracolado.
Adaptado de Draelos, Zoe Diana (2005) “Hair Care”, Taylor & Francis: pp: 12-13

  • Lavagem muito frequente ou sem uso de condicionador
Pela mesma razão, quando lavamos o cabelo com muita frequência, removemos o sebo produzido e não permitimos que este chegue a atingir as pontas. Neste caso, e quando não se pode levar o cabelo com menos frequência, é preciso ter um cuidado adicional com os produtos de lavagem que se usa.

Também durante a lavagem, a falta de uso de condicionador pode contribuir para a secura do cabelo, sobretudo quanto mais comprido for.

  • Exposição a ambientes secos e a alguns químicos

A secura do ar, em climas naturalmente secos e/ou quentes ou em locais onde haja ar condicionado, bem como a exposição constante à radiação solar, ao vento e correntes de ar podem contribuir para um maior dano da cutícula, agravando a secura do cabelo.

Por outro lado, a frequência de piscinas desinfetadas com cloro e outras substâncias pode contribuir também para a secura capilar.

  • Styling
Algumas formas de pentear e modelar o cabelo, sobretudo aquelas que implicam o uso de calor, podem aumentar a sua secura, de uma forma semelhante mas mais intensa daquela que foi acima explicada. Adicionalmente, o atrito que se gera entre os cabelos e estes instrumentos de modelação podem contribuir para o dano da cutícula.

Esta fina camada protege a superfície do cabelo, impedindo também a perda de água. Entre outras consequências, a lesão da cutícula resulta num cabelo menos brilhante, que na sua ausência poderá mesmo tornar-se espigado.

  • Descoloração e coloração

Em ambos os casos é necessário que a cutícula do cabelo seja levantada, de modo a que tanto o descolorante (peróxido de hidrogénio) como os corantes sejam depositados no interior da fibra capilar. Para isso usa-se o amoníaco, e mais recentemente outras substâncias básicas inodoras como o carbonato de sódio e a etanolamina.

Embora a cutícula seja novamente encerrada no final do processo de coloração dificilmente recuperará a sua integridade inicial, sobretudo se já tiver tendência para ter cabelo mais seco e se não forem tomados cuidados adicionais.

Adaptado de Lab Muffin Guide

  • Permanente e alisamento químico
Em ambos os casos as escamas da cutícula têm que ser levantadas, tal como na coloração, para que o produto atinja o córtex do cabelo. Para além da secura, estes tratamentos implicam uma alteração das proteínas que conferem a resistência e elasticidade do cabelo, tornando-o mais frágil e quebradiço.

Pt.2

Conheça todos os meses os produtos favoritos da comunidade!

Vamos conversar?

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *


Cosmética com ciência para consumidor@s exigentes e conscientes.

Marta Ferreira, farmacêutica e fundadora da comunidade “a pele que habito


Conhece os séruns e hidratantes favoritos da comunidade?

Subscreva a newsletter mensal!