Primeiro dia de praia: algumas horas depois de se estenderem ao sol, a pele do peito começa a ficar com bastante comichão, vermelha e quente. Mais tarde, aparecem até algumas borbulhas! Terei alergia ao sol? Mas como é possível, se nem sequer deu tempo para queimar? Para muitas pessoas, este é um cenário que pode variar um pouco, mas bem conhecido.
O que é?
A lucite estival benigna, também conhecida como “alergia ao sol” (que não é bem a mesma coisa) é a dermatose solar mais comum. A lucite estival benigna afeta uma percentagem significativa da população, sendo mais comum nos climas temperados, e entre as mulheres dos 20 aos 40 anos. Geralmente, as primeiras manifestações ocorrem no primeiro dia de elevada exposição solar, na Privamera ou Verão, após um longo período sem exposição nas zonas sensíveis.
O que acontece?
Pensa-se que após um grande período sem exposição solar, e em pessoas predispostas, a radiação UV seja capaz de alterar algumas moléculas presentes na pele, fazendo com que estas sejam reconhecidas como moléculas estranhas pelo sistema imunitário. Nesta situação, desenvolve-se uma reação inflamatória que provoca os sintomas acima descritos.
Por outro lado, pensa-se também que estas pessoas poderão ser mais resistentes ao efeito supressor da imunidade que o sol tem sobre a nossa pele. Isso poderá explicar porque é que nem toda a gente sofre este tipo de reação aquando da primeira exposição destas zonas ao sol.
A maioria das pessoas que exibem esta reação parece ser mais sensível à radiação UVA, sendo que existem também pessoas cuja pele se torna relativa após a exposição aos UVB e a ambos os tipos de radiação UV.
Como se manifesta?
Esta reação, que se assemelha a uma alergia ao sol, surge essencialmente em zonas que no nosso dia-a-dia se encontram protegidas, sendo mais comum no peito, costas, braços, coxas, e pescoço.
Os sintomas podem variar bastante de pessoa para pessoa, mas habitualmente ocorre uma comichão intensa, vermelhidão, e desenvolvem-se pequenas borbulhas com algum relevo, às vezes semelhantes a picadas de insetos. Em algumas pessoas, podem inclusivamente formar-se bolhas.
Como prevenir?
A melhor forma de prevenir o aparecimento desta dermatose passa por evitar a exposição solar nas zonas predispostas, quer optando por utilizar roupas mais escuras e protetoras, quer evitando o sol.
No entanto nem sempre é fácil ou possível fazê-lo, e nesses casos pode ser também interessante expôr a pele de forma lenta e gradual, antes de passar grandes períodos de exposição direta ao sol.Além destas, podem tomar-se também outras precauções:
- Protetor solar
Os protetores solares são a primeira forma de proteção, e uma vez que na maioria destes casos a radiação UVA é a principal desencadeadora, é mais interessante optar pela proteção SPF50+, e um estudo clínico já demonstrou isso mesmo. Isto deve-se ao facto de por imposição legal, quanto maior for a proteção UVB (SPF), maior terá que ser a proteção UVA.
É importante ter em mente que a renovação da aplicação do protetor solar a cada 2h e após o banho e limpeza com a toalha é essencial para que o efeito deste produto se mantenha.
Deixo-vos alguns protetores solares com proteção UVB e UVA bastante elevada:
- Suplementação
Quando a protecção solar está garantida, e nos casos de sintomatologia mais severa, pode ser interessante optar por um suplemento alimentar que confira alguma proteção adicional. Estes suplementos não substituem de forma alguma um protetor aplicado à superfície da pel
Até hoje, existem já estudos clínicos para algumas substâncias com ação fotoprotetora, nomeadamente
- Extrato de Polypodium leucotomos
- Associação licopeno e beta-catoreno
O Heliocare Ultra-D foi pioneiro nesta categoria, e contém o complexo Fernblock® (com extrato de Polypodium leucotomos, 480mg), vitamina D (5μg)), e um mistura de antioxidantes (luteína, vitaminas C e E, e licopeno) que vão ajudar a conferir uma maior resistência à pele face à exposição solar.
O Ioox Sun Solderm possui uma composição semelhante ao suplemento anterior: extrato de Polypodium leucotomos (240 mg), e outros antioxidantes (luteína, resveratrol, extrato de chá verde, vitaminas C e E, licopeno).
O que fazer?
Depois do aparecimento das erupções, a toma de um anti-histaminico poderá ajudar a aliviar a sintomatologia, mas muitas vezes não será suficiente. Nesses casos, será necessário consultar um profissional de saúde.
Como adjuvantes, podem ser utilizados cosméticos com ação calmante e refrescante, como pós-solares e águas termais para rosto e corpo.
É um problema crónico?
À medida que o tempo passa após a primeira “crise”, a pele tende a ganhar alguma tolerância, torna-se cada vez menos provável o aparecimento destas lesões, que quando aparecem tendem a ser menos graves.
Deixe um comentário