Trata-se de um alfahidroxiácido (AHA), tal como o ácido glicólico, e pode ser encontrado no leite, que lhe dá o nome, mas também em várias plantas, e até nas nossas mitocôndrias. Aliás, este ingrediente era responsável por grande parte do benefício dos famosos banhos de leite de Cleópatra. 
As moléculas deste ácido que atualmente encontramos nos produtos cosméticos não são extraídas de matrizes naturais, já que é muito mais fácil e económico sintetizá-las.
As suas características sobrepõem-se em parte às do ácido glicólico, mas o ácido lático tende a ser melhor tolerado pela generalidade das pessoas, em parte porque não penetrará tão profundamente na pele.

Funções 

  • Humectante
Tal como os restantes AHA molécula tem uma grande capacidade para atrair a água, e por isso, quando presente em concentrações baixas, pode ter uma função hidratante. Alías, o ácido lático faz parte do fator humectante natural que é produzido pelas células da pele.

Mas para além de ter um efeito humectante, a aplicação de ácido lático à superfície da pele parece aumentar a concentração de ceramidas na epiderme, que são essenciais para a retenção da água.


  • Esfoliante das camadas superiores da pele
Tratando-se de um AHA, o ácido lático tem a capacidade de quebrar as ligações entre as células superficiais da pele, ajudando na sua descamação. Isto impede que o excesso de células mortas se acumule na camada mais exterior da pele, e permite que as células das camadas inferiores, mais recentes, passem para a superfície.


Uso em cosmética
  • Hidratação

A concentrações inferiores a 5%, o ácido lático tem uma ação humectante, com uma capacidade esfoliante mínima, podendo ser utilizado em hidratantes de rosto e corpo.

  • Esfoliação

Este ingrediente pode exercer esta função em concentrações superiores a 5%, e pode ser encontrado em produtos de rosto, como tónicos ou esfoliantes; mas também em cremes para a remoção de calosidades, verrugas, entre outras hiperqueratoses. 


  • Hiperpigmentação
Por um lado, o ácido lático tem uma ação esfoliante sobre a pele,  que por si só acelera a sua renovação e eliminação das manchas. Contudo, um estudo realizado em células de ratinhos e humanos demonstrou que o ácido lático tem também alguma capacidade de suprimir a produção de melanina, inibindo a enzima tirosinase. Neste último caso, são necessários estudos em humanos que o confirmem.

  • Retardar o envelhecimento

Um estudo demonstrou que a aplicação de ácido lático no rosto em concentrações de 5% e 12% pode reduzir a profundidade das rugas e a espessura da epiderme. Este último efeito distingue-o do ácido glicólico, já que este ingrediente pode afinar temporariamente a epiderme, aumentando a permeabilidade e sensibilidade da pele. Contudo, e ao contrário do ácido glicólico, o ácido lático não parece ter uma ação significativa no aumento da espessura da derme.
Cuidados

  • Pode causar irritação

Embora seja um ingrediente relativamente bem tolerado, o ácido lático pode não ser indicado para quem tenha uma pele particularmente sensível.

  • Escolher produtos eficazes
Isto é espercialmente importante quando procuramos um produto esfoliante ou despigmentante, em que a concentração dos ingredientes ativos não é mecionada pela marca. Assim, se procuram um esfoliante contendo ácido lático, certifiquem-se que este ingrediente aparece nas primeias posições da lista INCI.
  • Uso de protetor solar
Quando é utilizado em tratamentos despigmentantes, que por si só exigem o uso diário de protetor solar, ou em concentrações elevadas (como esfoliante), a utilização deste produto torna-se indispensável.

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Marta Ferreira, farmacêutica e fundadora da comunidade “a pele que habito