O ácido azelaico é uma molécula produzida pelo fungo Pityrosporum ovale, que habita naturalmente na nossa pele.

Esta substância é capaz de exercer várias ações fisiológicas e antimicrobianas, sendo ao mesmo tempo relativamente bem tolerada pela maioria das pessoas. Por isso, em alguns casos o ácido azelaico tem vindo a substituir medicamentos potencialmente sensibilizantes no tratamento da acne, rosácea e hiperpigmentação.


Ações
  • Anti-bacteriana
O fungo que produz esta molécula fá-lo com o objetivo de eliminar as bactérias que possam competir com ele na pele, entre as quais se destaca a Propionibacterium acnes que tal como o nome indica é responsável pela formação das leões acneicas.

  • Anti-inflamatória
O ácido azelaico mostrou também ter ação anti-inflamatória sobre a pele, em parte pelo seu efeito na sobre algumas patologias, mas também porque inibe diretamente a produção de moléculas que estimulam a progressão da inflamação.

  • Reguladora da queratinização

Verificou-se que o ácido azelaico altera a diferenciação das células superficiais da pele, reduzindo a espessura da epiderme, que está bastante aumentada na acne e resulta na formação de comedões (oclusões dos folículos pilossebáceos, pontos negros e pontos brancos).

  • Antioxidante 

Esta molécula é capaz de neutralizar espécies reativas de oxigénio e de reduzir a produção de radicais livres por células do nosso sistema imunitário.

  • Inibidora da síntese de melanina

O ácido azelaico é capaz de inibir a produção de melanina pelos melanócitos, sendo apenas ativo nas células que têm uma maior capacidade de produzir melanina, e que são responsáveis pelo aparecimento de manchas.


Usos em medicamentos e cosmética
Está disponível como medicamento em concentrações de 15%, em gel ou 20%, em creme; mas já é possível encontrá-lo também em cosméticos.

  • Acne
As suas ações anti-microbiana, reguladora da queratinização e anti-bacteriana fazem do ácido azelaico uma molécula interressante para o tratamento da acne. A vantagem é a maior tolerância, já que tantos os retinóides como o peróxido de benzoílo são mais irritantes. 
Uma vez que inibe também a produção de melanina, o ácido azelaico pode ser uma boa opção para quem procura atenuar as cicatrizes.

  • Hiperpigmentação

A hiperpigmentação pode ter várias causas, entre as quais se destacam a predisposição genética, a exposição solar desprotegida e a inflamação cutânea.

O ácido azelaico inibe a produção de melanina e tem simultaneamente uma ação anti-inflamatória, e por isso é eficaz no tratamento do melasma, lentigos, e até da hiperpigmentação pós-inflamatória.

  • Rosácea

A rosácea tem por base uma série de mecanismos fisiológicos, entre os quais se destaca a geração de radicais livre de oxigénio pelo sistema imunitário. Estes radicais não só lesam as células da pele e as paredes dos capilares sanguíneos, como também estimulam a produção de outras moléculas que agravam a inflamação.

Assim, as ações antioxidante e anti-inflamatória do ácido azelaico têm uma grande utilidade no tratamento da rosácea.

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    Marta Ferreira, farmacêutica e fundadora da comunidade “a pele que habito