O ácido hialurónico (imagem à direita) é um glicosaminoglicano (açúcar) de grandes dimensões, que se encontra distribuído por todo o organismo, e é essencial para o bom funcionamento das articulações, dos olhos e da pele.

Tem a capacidade de reter cerca de 1000 vezes o seu peso em água, o que o que explica a maioria das suas funções biológicas.

O ácido hialurónico começou por ser usado em cosméticos através da sua extração da crista de galos, mas atualmente é produzido por bactérias geneticamente modificadas.

Como já devem ter reparado, este ingrediente pode ser ser encontrado numa variedade de cosméticos, sobretudo em hidratantes e anti-rugas.

Mas será eficaz em ambos os casos?

Função biológica

Na pele, o ácido hialurónico localiza-se nas camadas vivas da epiderme (imagem à direita, abaixo do estrato córneo) e na derme, onde é produzido e relativamente mais abundante. Entre outras funções, é responsável por:

  • Manter a hidratação
  • Estimular a cicatrização, em caso de trauma
  • Conferir volume
  • Estabilizar a matriz que envolve as células, e contém as fibras de colagénio e elastina
  • Evolução durante o envelhecimento
Uma das características da pele envelhecida é o aumento da desidratação, que se deve em parte à redução da produção de ácido hialurónico, e à sua carência sobretudo na epiderme. É de frizar que esta redução parece ser mais marcada quando há uma exposição solar elevada ao longo da vida, uma vez que os raios UVA interferem com o funcionamento dos fibroblastos (células da derme)
Por outro lado, a redução da quantidade de ácido hialurónico resulta também na perda de volume cutâneo, que aliado a outros fatores (redução de colagénio e elastina, etc.) tem como consequência uma maior tendência da pele para se tornar flácida e enrugar.
Designações
Aparece designado simplesmente como “Ácido Hialurónico” nas alegações do rótulo, no entanto por este ingrediente é menos estável forma ácida. Se o quiser encontrar na lista de ingredientes, por exemplo para ter uma ideia da sua concentração, deve procurar por outro nome, ou por moléculas derivadas:
  • Sodium hyaluronate (sal, forma estável do ácido hialurónico)
  • Sodium acetyl hyaluronate (derivado)
  • Hydrolyzed hyaluronic acid (forma fragmentada do ácido hialurónico)
Utilização
  • Tratamentos estéticos

O ácido hilaurónico ficou popular pela sua eficácia em fillers (“preenchedores”) injetáveis, que permitem a sua deposição direta nas camadas mais profundas da pele, onde naturalmente existe.

O efeito deste procedimento dura entre 6 a 12 meses, uma vez que é degradado não há um aumento da sua produção pela pele, e é relativamente caro.

    • Cosmética

    • Hidratação
O ácido hialurónico usado para este fim devido sua grande capacidade de reter a água. Este efeito deve-se à deposição de ácido hialurónico à superfície da pele (na camtemporário, tendo em conta que à medida que a pele se renova vai sendo eliminado.
ada mais externa da epiderme), e é
No entanto, e para que a hidratação seja eficaz, é necessário que o ácido hialurónico seja depositado na superfície da pele através de produtos que não sejam prontamente enxaguados (como produtos de limpeza, exfoliantes, etc.).
Por outro lado, alguns formuladores argumentam que a indústria tem à disposição uma grande variedade de ingredientes hidratantes e francamente mais baratos do que o ácido hialurónico. Pode parecer difícil de acreditar nisto quando se verifica que uma grande parte dos hidratantes faciais utilizam este ingrediente…
    • Antirrugas
Simplificação:
Ácido hialurónico 3000 -20 000 n
Ácido hialorónico em nanopartíulas (aproximadamente 5 nm)

O fundamento para o uso do ácido hialurónico como “preenchedor” das rugas tem por base os tratamentos estéticos acima mencionados e o seu efeito natural, quando produzido na derme da própria pele e difundido às camadas superiores da epiderme. No entanto, devido às características fisico-químicas da molécula (que inviabilizam a sua entrada pelos poros) e ao seu tamanho elevado (cerca de 60 vezes maior do que o espaço intracelular) parece impossível que o ácido hialurónico ultrapasse as camadas superficiais da pele, e isso tornaria impossível o seu efeito no preenchimento das rugas.
Geralmente, estes produtos têm também uma grande percentagem de silicones, que em parte podem explicar o seu efeito.

(Para conhecer as vantagens do uso de silicones em cométicos clique aqui)

Contudo, um estudo sugere que tanto a molécula inteira de ácido hialurónico como algumas formas hidrolizadas (fragmentadas) terão alguma capacidade para penetrar até à derme. No entanto, o mesmo estudo conclui que para além de isto ocorrer numa proporção relativamente baixa, uma vez chegadas à derme, estas moléculas são rapidamente degradadas, e por isso não se mantêm muito tempo.

Outros estudos sugerem que o ácido hialurónico fragmentado ou em nanopartículas pode melhorar hidratação, e reduzir a rugosidade e elasticidade da pele quando usado em humanos, mas as condições experimentais destes estudos não permitem tirar conclusões seguras.

  • Suplementos alimentares

A toma deste tipo de suplemento pode ter como objetivo melhorar o aspeto da pele mas também a saúde articular. Neste caso, nenhuma das aplicações parece estar suficientemente comprovada.

É eficaz?

O ácido hialurónico é claramente eficaz quando aplicado por via injetável, podendo melhorar o aspeto das rugas mas também a textura da pele.
No que à hidratação diz respeito, este ingrediente é claramente eficaz, mas encarece muito os produtos em que é utilizado. Vários formuladores e dermatologistas argumentam que o ácido hialurónico pode perfeitamente ser substituído por outros humectantes mais acessíveis.
Já as suas propriedades anti-envelhecimento são as menos conhecidas.
Se por um lado a importância do ácido hialurónico na manutenção do aspeto jovem da pele é indiscutível, há pouca evidência de que a sua aplicação por via de cosméticos seja eficaz para que este penetre até às camadas da pele onde é capaz de reduzir o aspeto das rugas e aumentar a elasticidade da pele.
Conhecem-se outros ingredientes como por exemplo os retinóides, os AHA (alfa hidroxiácidos) ou a vitamina C que cuja eficácia no combate ao envelhecimento é largamente reconhecida mas são substituídos pelo ácido hialurónico.

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